sábado, 22 de dezembro de 2007

serrador

a presença da música de enio morricone na forma de cinema paradiso é uma invenção das mais belas. não digo esteticamente apenas, mas é como fluidez de memória. daquilo que me parece o tempo das coisas pra lá de longe. escondidas. é tradução da melancolia. do quarto cheio de casas. do cheiro de pessoas vivas. acordadas em cima de seus próprios pés. trafegantes almas cheias de si mesmas. e que também são tempos. somatória de toda memória. nascimento e morte. fortaleza e desespero. aspereza. maciez. e tudo também é silêncio. orgasmo. a mais infantil felicidade. ramo de riso. bruta risada. criançada de quintais. lugares cheios de nós. repetições em ciranda. uma bruta oração. terço remoto da fundeza de labirintos. mãos abertas. braço de balanço. pra balanço.
e nisso me aparece alguém falando:
- serra serra, serrador

2 comentários:

Anônimo disse...

tô sabendo!

Gil Maulin disse...

fiquei sabendo!

valeu, grande figura!