saio cativo. menor. maior condição de rebento. também rebelião. atropelo. e um pedaço de mar sobra na janela. um navio em sustentação entre os prédios que avistam a entrada da baía de vitória. daqui, muitas janelas. um traço de avião se alinha no céu. avisto lençóis secando numa cobertura. antigas antenas ao lado das vasculhadoras parabólicas. uma nesga de luz cobre a previsibilidade do tempo. o convento da penha. a rua 7. a catedral metropolitana. o feio edifício gaivota. a padaria expressa. meu avô indo comprar pão e leite pro café da tarde. e nenhum amor no bolso. as bancas de revista do jornaleiro atrapalhado com o troco. os guardadores de carro que se secavam no sol enquanto a chuva cobria o tempo. as antigas escadas sem nome e que sempre levavam pro mesmo lugar. o insólito passeio até a praia da curva da jurema. estive ali nos anos 80. um outro tempo em que era mais menino. meus tios e primos tb mais meninos. os discos ouvidos na casa do tio epitácio, que gostava da boa música. dos seresteiros. dos anos 50. dele que amassava macinha de pão. que tinha uma brasília em cor de café com leite. tendo ele olhos azuis. que é pai da quiqui, do didi, do tonho e do ado. que morou na praia de itapuã. que sempre nos visitava lá na tijuca quando eu não tinha a idéia do que pudesse ser saudade ou felicidade.
Um comentário:
Ao ler teu texto andarilhei por essas pessoas e lugares por mim desconhecidos mas desde já cativos à minha afeição.
Vamos caminhar por aí e nos enamorar por quem sempre valerá a pena!
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