hoje morreu o dia diante da lua cadente da ilha de florianópolis. lunança avançada sobre o sol da retina. sob o gosto de cal nas pontas do meu dedo. pois hoje morreram estrelas e velhas órbitas. velhos músculos. hoje morreram os homens que amei e os delírios dessa fala crua. saltaram olhos. novos olhos. brincos e pulseiras que há muito guardava nos baús de mulher. nas caixas que comprimiam o ar do seio. na mama adocicada por fartos rebentos. e pra que os lábios saibam do que falam e pra quem falam. morre, morre essa dor mais que surda diante dessa nova lua. que é crescente. que estala brancura. e que ama. mais que ama. mais que tudo mais que possa amar. muito mais que amor que há entre homens e mulheres. ou seres infelizes. seres que se apaixonem e morram no dia seguinte, pra que sejam enternecidos. inebriados. ritualizados com a mais forte reza. com o mais forte músculo entre as pernas que se agacham e se abraçam. amantes noturnos diante do vasculhamento cotidiano. que sejam tais. que sejam mais. duros e plenos. leves e solares.
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