sexta-feira, 11 de setembro de 2009

rua n. 5

habita em mim uma tijuca e um sambaqui. um passeio público e uma ruas das flores. mateus leme. antônio dias carneiro. laércio costa. vários homens com nomes de rua. pois elas vieram primeiro, antes de qualquer arruamento ou formalização. são elas distintas canções. maneiras inteiras de mim. diferentes ares. fugas e lares. sonâmbulas velas que sinalizavam procissões. armários antigos. falsas mesas e refeições que agora invento. e tudo mais antigo do que essa forma de escrita. cada vez menos carioca, quando curitiba foi o estorvo de crescimento onde se condensou em florinópolis outro andarilhamento. quero todas as ruas com ou sem nome. ribanceiras. ladeiras. quero-as em forma de prosa. ardis. malandras. curvas e saltos. paralelepípedos. quero delas do melhor e do pior. seu enfileiramento de casas e boas vizinhanças. quero desses pedaços de humanidade alguma respeitosa e formosa verdade que melhor me vista pras festas. quero-as entre amigos e fortuitos amores. entre sombras e pelejante solaridade. quero-as cadenciadas pra mim. sempre vivas. sempre róseas. pelo chão. em dia de chuva. fundas. vivas. sempre vivas. em mim.

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