
eu e o luís estamos propondo uma campanha sobre a necessidade de perpetuação de uma espécie de aranha: a peluda; a cabeluda. sendo mais científico ou específico: a caranguejeira peludis.
não estamos vinculados a nenhum movimento ecológico ou ambientalista. isto é sintoma de algo que acreditamos, sem nos convertermos a uma ideologia universalizante de bom senso ou politicamente correta. só estamos propondo uma fala sobre. um palpite. uma opinião. talvez ela represente o mal do nosso tempo, dos tais projetos de higienização sobre a insalubridade pública e privada. ela (a dita depilada) é quase filha do projeto de niemeyer em transformar o cerrado num grande platô de cimento armado, sem mato que atrapalhe ou que concorra com sua estética humanizante. isso representa a desnaturalização da aranha! a sua quase extinção! estão querendo domesticar a bicha!!!!
mas o fato é que estamos preocupados com o estado em que se encontram as aranhas. até caetano veloso já falou sobre isso. até raul seixas! a aranha que arranha! sim, aranha tem que arranhar! aranha que é aranha arranha!!!
perguntei a velha diméia* (pra ganhar mais legitimidade, é claro) o que ela acha dessa campanha. expliquei a situação atual sobre o estado ecológico das aranhas. ela se barbarizou dizendo que na época dela não havia isso. as aranhas eram preservadas! era outro trato que se dava à referida bicha.
a aranha, como todos sabem, é um bicho astuto, que se comove pouco com a presa que lhe cai na rede, quer dizer... na teia ou no buraco, pois existe aranha buraqueira. ela é devoradora, e melhor se devora peluda.
claudia ohana concorda com a gente! ela que tem uma aranha de estimação que lhe acompanha e que se faz bonita de se olhar.
por isso, convocamos aqueles que se sensibilizam ou não com a quase extinção da aranha cabeluda!
abaixo a ditadura da aranha depilada!!!!!
*obs.: a velha diméia (consultora deste quase manifesto) é minha avó, e tem 87 anos.
2 comentários:
Gil,
faço minhas as tuas palavras.
Além do significado político de nosso manifesto (cerebrado em conjunto, mas articulado em palavras bonitas por ti), não pude deixar de perceber sua dimensão poética.
As aranhas em teu texto adquiriram uma força humano-ecológica que eu nunca tinha visto.
Preservar todo o seu caráter mítico, misterioso e - por que não ? - agreste, seria o nosso desejo.
Algumas aranhas espertas sempre devem ter sabido disso. Até porque, seria ridículo se pensar em épocas, períodos, modas culturais ou padrões comportamente diante de algo quase eterno - anterior e a se provar mais longevo que o homem - como a aranha.
quis escrever "padrões comportamentais"
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