novembro que começa

pra mim não é só mês que começa. mas o ano. uma reviravolta. uma flor e uma arma em punho. um sândalo. um jasmim. um treco ou teco qualquer de fermento. uma nova ilha. um gosto novo na boca. os olhos grandes sobre mim. calçadas. arrumações. ventilações. janelões. uma nova rua. endereço. prefixo. um misto de paredes brancas e janelas abertas. a casa crua. a cidade quente. asfaltica e porosa. não é vitória que acontece. mas a minha cafonice. o meu brega. alcoice de um sentimentalismo barato e sincero. um bar aberto. uma rua nua e fácil. minha pica exposta. meu suor encarnado em pele. são as minhas tetas de homem que provém de si mesmo. de mim mesmo. as bancas de revista me provocam alegria e preguiça. un flaneur. um deus lá que me disse que é novembro que me começa novamente. e de repente sou feliz. cafonamente feliz.