sexta-feira, 9 de abril de 2010

novoutroutono

depois de um tempo das coisas passadas. depois de muito tempo das coisas passando. tendo acordado e dormido com todas as madrugadas. tendo surrupiado mesas de bares. tendo avançado sobre os bêbados incaltos da cidade de florianópolis. tendo vivido o pior de mim, entro neste mesmo lugar de mim como um bicho se fazendo. afeito às companhias. afeito às paixões sejam elas bíblicas ou não. aventurei-me numa câmara escura e silenciosa. num leito de cheiro e odor repugnante. meu próprio corpo. cadáver do gás. ele mesmo que me trouxe de volta. o mesmo corpo num ato de salva-guarda rompeu o cordão às coisas sem lugar. passou aquele tempo. uma missa que rezei sozinho. no canto. altivo. não existe pena. não existem culpados. vítimas. existe toda uma história daqui pra lá. pra bem lá onde possa ver o retrato que me faço deste tempo pra lá de outros possíveis e inevitáveis outonos. tô lá, agora, acenando.

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