segunda-feira, 24 de maio de 2010
vitória
esta cidade cada dia menos estranha, mais familiar, menos antiga, menos passado. que vou recontando a partir do que aqui somos nós dois. misturando-nos. essa mulher de curvas, retas, ladeiras, paralelepípedos, asfáltica, caótica, portuária, provinciana, decadente, urbana, marinha, antiga, católica, praieira, atlântica. híbrida como qualquer fêmea. parece-me uma cidade encrustrada entre o mangue e a baía. com esse odor característico de mangue. da lama. do material orgânico em decomposição pra criar/fertilizar a vida nova. ela se entorna desapercebidamente sem os alarmes das outras capitais mais famosas e cheias de rococós deste país cheio de lugares. sua gente mais simples achegada à vizinhança ao estilo cordial de sérgio buarque de hollanda. essas cores antigas e tão cheias de boas novas. tão potencializada nas vestes de uma iemanjá rainha. tão manipuladora como a visão das suas inúmeras capelas e igrejas que compõem esta cidade-presépio. esta pequena cidade se agiganta sobre outras cidades óbvias. vitória tem esse encantamento por não ser uma metrópole de apenas uma rima. o melhor é degusta-la calmamente. caladamente. pois assim ela vai se mostrando. vai te convidando a sê-la em uma mulher de muitas visitas. de muitas portas e janelas. rameira e romântica. ácida e perfumada. de muito noturno. mas é quando volta a se esconder, pra mais descobrir sobre ela. sabida é ela que não se mostra no primeiro leito.
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4 comentários:
Belíssimo!
Vitória a ser descoberta, mas sua!
Já tô caminhando por aí!
vc adora escrever díficil!!!!adoro!!!!
eu?! escrever difícil?! difícil quem escreve são esses acadêmicos!!! hahahahahaha
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