segunda-feira, 23 de agosto de 2010

donde estou hoje

mais que ontem, sempre estive donde estou hoje: sangue fermentado que vira vinho. entorpecido dessa vida. acometido dos surtos de imagens estranhas que foram se tornando cada dia mais familiares. enturmado. abraçado aos ventos. eu me circulo dentro dos nós que desato.

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isso de viver às vezes cria trama! é quando me deito sobre ela e me enredo todo, chafurdando, acalentando.

------- da mesma coisa/lavra:

fui mais feliz aqui. aqui onde hoje estou. lendo isso num domingo à noite. lerei isso no tempo pra lá das coisas já postas. escrevo que sou feliz onde cá estou. onde moro. onde escrevo e tempero minha escrita. saudades que me faço. vida que me dou. sou feliz onde hoje estou. nem menos, nem mais. escrevo da prensa capixaba. desse lado de cá das coisas postas à mesa e ao espírito. aos poucos. assobiando. matreiro. esperto. cambaleante.

--------- (um silêncio)

esse tamanho de dia. imensidão de vida. o que prezo é essa força de às vezes não querer dar significado algum a qualquer coisa. às vezes, simplesmente observo. olho. encaro. sinto. é um silêncio fundo.

da quarta.

uma lua figurante na rua da semana que começa a acabar. eu aqui de dentro me escolho entre os escombros das cercanias da cidade.

o mapa está dado. terra pra que te quero.

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essas traves nos olhos aparentam minha timida ironia. meu sarro. mas que também acalentam novas luas e vias que vislumbram sempre um novo lugar.

mas o novo exaure. exige. confunde. mas prima por uma alegria que sempre será antiga.

2 comentários:

Luís Filipe disse...

"o que prezo é essa força de às vezes não querer dar significado algum a qualquer coisa. às vezes, simplesmente observo. olho. encaro. sinto. é um silêncio fundo".
Tem muito a ver contigo! Gostaria de ser um pouco mais deste jeito, às vezes.

Gil Maulin disse...

sempre às vezes é bom