terça-feira, 31 de agosto de 2010
são quase horas da madrugada. dia cheio. leituras. partituras. armaduras. e logo chove. a água batizando o chão da casa. tomando o chão da esquina. das pedras portuguesas que imitam o calçadão de copacabana. já é terça-feira. um outro mês que começa amanhã. em plena quarta-feira. e a tv tá ligada. as luzes acesas. a madrugada branda. fotos antigas e novas espalhadas pelas paredes da casa. avós, tios, primos, mortos e vivos. todos numa espécie de memória entre o colorido e o preto e branco. o sono que chega. o vinho que não bebi. a macarronada que não foi feita. o leite que azedou na geladeira. a sola do pé que está preta. tem um cadinho de coisas pra arrumar ainda. uma madraguda pra enfeitar. a água gelada. a chuva que cessou. a cama desarrumada do fim de semana. tudo muito lento. descrito. a barba crescida. o retrato batido. um metro de linha pra que daqui a pouco possa soltar uma pipa sem rabiola. dentro de uma madrugada que não me avança. o cheiro da casa. o germe da rua. tudo aumenta. telescópio pro dia-a-dia pra aumentar a imensidão das cousas. luneta pro cadinho de lua que ainda faz no meio de tanta chuva.
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