café em puebla |
hoje resolvi voltar ao méxico. voltei tal como cheguei por lá. quis ver aquele país através do que pouco conheço da obra de frida kahlo. os retalhos. o surrealismo que transborda das telas fortes e ambíguas da artista. o méxico me deu essa impressão não só pela cor ou odor. mas pela intransponível realidade que se mistura entre aqueles quase caricatos mexicanos. e nós, o que somos? não somos também essa caricatura do cotidiano? o méxico me deu a impressão de uma supra realidade que só os olhos e o pensamento não dão conta para enxergar. existe algo mais ali que me fugiu da escrita. poderia cair no corriqueiro. no pacote turístico da salsa, dos condimentos, da história civilizacional entre astecas e maias. mas aquilo lá me dá a impressão de ser mais. frida me olhou enviesadamente, desconsiderando qualquer olhar externo. teria eu que me tornar parte daquilo. mas não fui. fui o turista. o cowboy brasileiro que se deslumbrou com os condimentos, cheiros, cores de um lugar muito hospitaleiro. o méxico derrubou minha sensibilidade à condição de um turista principiante. faltou vive-la. faltou ser frida kahlo e diego rivera. faltou ser zapata. saí de lá vestido como mariati de sombrero e sem entender as telas e os fios de cabelo da mulher aleijada.
2 comentários:
Essa sensação de incompletude me acompanha sempre nas minhas melhores viagens. Pois o processo de assimilação apenas começa nos dias em que estivemos fora. Tem incursões minhas que eu decanto até hoje.
me senti tirando todas as fotos possíveis, mas sem enteder/sentir o que realmente estava acontecendo. mas sim, não tem grandes segredos também. de repente o que vi é o que vi, sem maiores questões. mas a impressão é que muita coisa me escapou. mas aí, será uma outra viagem.
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