discutiam sobre a identidade capixaba. o congo. as rapaduras da eternidade. o pessoal da estrelinha no peito abaforados e indignados com a mudança do tempo, e que ressaltavam o sentido de resistência à essencialidade da cultura local. gruniam palavras de ordem de um tempo de cavernas e mundos fechados. estavam encarcerados àquela condição. surdos. para mim, mesmo com todo aquele palavrório, estavam mudos. feitos à banalidade da ordem do cada um no seu galho, como se o "branco" fosse o impositor de uma ditadura também branca. vá lá que seja. mas o fato é que as coisas por elas mesmas também mudam. não sejamos tão ingênuos! mas lá estavam tomando da melhor cerveja e no melhor lugar bacaninha do centro. mas logo, pedimos a conta (eu e andréa, depois de termos também tomado a melhor cerveja bacaninha do lugar) e fomos para o bimbo. ali, na junk box, rolava sons variados que se distanciavam da ideologia consensual daquele pessoal bem bacana. e na mesa, de jovens da ufes, rolava um som que também se distanciava (em algum aspecto) das maneirices supra-originais do essencialismo capixabense. cantavam desde adoniran à sérgio sampaio. me pareceram mais próximos e abertos ao que não seria uma identidade musical-cultural do lugar, mas iam além das tais pretensas identidades de estrelinhas no peito. de um vermelho mais que desbotado e forçado a ser o consenso entre nós.
- Rose (a garçonete do bimbo), por favor, o dissenso!
Um comentário:
BIMBO!!!!!!
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