domingo, 18 de setembro de 2011

diretor de cinema, artista plástico, roqueiro, fotógrafo que sou ou garrincha que gostaria de ter sido

não tenho banda de rock. não sou escritor. não sou artista. não sou diretor de cinema. nem fotógrafo amador me serve. nem filosofar sei direito. sim, até pintei umas xilos. mas e daí? o que me faz ser qualquer coisa? não sou aquele cara cheio de ideias e cheio de papos. até reclamam porque não falo muito. é, não sou genial. não sou james dean. mas e aí? onde repousa meu ego? onde afago minhas esquinas movimentadas do eu? não troco correspondências com escritores. não traduzo porra nenhuma. nem tenho 4.400 amigos no facebook. nem sinuca sei jogar! fico feliz quando saio do barbeiro de cabelo cortado. é isso. talvez seja um roqueiro, escritor, artista prosaico. sem muito encanto das coisas que faço. apenas faço sem muito segredo ou glamour. sem aquela postura blase. onde me classifico nas categorias de existência que criamos para sobreviver? sou um gago apaixonado. um boliviano amador. um carioca de estação. um curitibano às avessas. um manezinho sem ilha. um capixaba sem panela de barro. deuzinho, tenha pena de mim na próxima vida, e me traga pra viver só quando tiver aprendido a ouvir a nona sinfonia de beethoven ou a driblar como garrincha. pois o resto a gente inventa.

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