segunda-feira, 10 de outubro de 2011

jamelão mangue beach

tudo só será beleza? só existirá ao fim da vida? por onde nós escrevemos e habitamos o tempo? seria a escrita a marca digital de toda uma vida? e os erros que cometemos? seriam eles adubos necessários para continuarmos a entender que tudo mais é possível? quanta possibilidade! quanta interferência! seria melhor resumir a vida num traço entre a mágica e o escárnio. o revólver e o vilão. seria esta vida um sinal de que a noção de espécie humana está fadada a ser lembrada quando cá não mais estivermos? ficariam os edifícios erguidos em cimento e cal quando da existências das coisas memoriais não tiverem mais sentido algum. seria isso também a beleza e o sentido que um dia criamos para continuarmos sendo esse bicho cheio de razões e sentimentos. quem lembrará de nós? os cães? os gatos? os ratos? os urubus? de alguma forma, talvez existamos para essas criaturas. melhor assim, pois me sinto menos só. mais ouvido. menos cretino e arrogante. mais vivo e menos pedante. surfo agora no ar das possibilidades de se levar adiante como espécie que está fadada a perecer num mundo em que os cães se sentem felizes pela simples faixa de lama que trazem no pêlo.

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