segunda-feira, 30 de abril de 2012

a cidade


rua arruada de cemitérios sem mim
vitrola aberta pra música de torquato
não existe mistério
não existe espaço para o não
escondo teus joelhos sobre as saias que visto
não arrimo o arame sobre mim dessa casa desfeita
a casa tá pronta
a lua luta
vasculha minhas tiras sentimentais
e só não vejo o dia que será ali
pois visgo teu olhar de sincera mulher e me acanho em te dizer que te amo
cidade sem modelo
despolitizada
despudorada
cidade puta vã
a cidade em que existe só rua
invade e troça
escuto minha voz que canta esta canção
e que te compõe como serão
serenatas para te acordar no dia seguinte.

vitória, abril/2012

Um comentário:

Gil Maulin disse...

esta é a minha cidade às avessas. mas também cidade que promove encontros.

não se engane e se acanhe com ela. ela é maior e mais forte do que se pode esperar.