expus meus ninhos
expus tanta coisa por aqui
palavra frases mundaréis primaveras e tantas outras estações
tanta coisa sem nome
tanto pra querer dizer de tudo um pouco
do tanto - silencio
aventuranças vertigens nomenclaturas relampejos laços erros mudanças
falta do que fazer
medidas saltos fundos
tudo mais que quisesse também sentir
conviver compartilhar
tantos de cada um de nós
hoje encaro meu silêncio
meu cardápio de bons agouros
minha sentença máxima: um riso com risco
algumas fábulas amores paixões revoluções
não desconfie de deus
não te abales frente aos teus reclames
apenas faça
exercite a finitude no que ela mais pode
estique-a
não esmoreça
não culpe
ventile-se
masturbe-se
respire-se
seja cada vez mais
mas não te silencies
verbaliza a palavra que te caiba melhor
vista-a
calce-a
mas não te esqueças dela
pois é teu signo
tua armadura
e mesmo assim quando te faltares
abra outra
beba dela
coma dela
solte-a
para que viva mais em ti
para seguir
para parar
mas não a esqueça
traduza-a
de mim ela fugiu
agora, cavo e escalo o silêncio
ausculto outras em diferente direções
alfabetizo-me com terra na boca
chego a conclusão de que a palavra tomou corpo
ficou bêbada
virou graça
pula amarelinha
a palavra ameninou-se para cantar
virou vírgula,
ganhou nome: virgulina.
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