minha infância começa quando sorrio para o Fafarel (zelador do condomínio que se chamava Rafael) da janela do apartamento de meus avós.
minha adolescência começa quando olho pela mesma janela e vejo que o mundo acontece pra fora dali.
ambas terminam quando, de uma outra janela, um amigo de infância e adolescência se pendura nu pelos esquadros de alumínio anunciando a chegada de jesus cristo.
a maturidade, condição de sobrevivência às janelas, é um estado de espírito. uma brecha. um caminho menos movediço, mas também improvisado de arrumações que fiz entre desvelos e imbricamentos. a maturidade é a soma de meus mortos com a sobrevida dos respiros que cativam bons argumentos para continuarmos atentos a todas as janelas que nos aparecem e que nos fazem ainda nos deliciarmos e vermos que viver é um preparo diário. um sal diário. uma janela por vez. um aperto de mão. às vezes uma falta de solução. maturidade é saber improvisar uma janela quando a paisagem não lhe dá gosto de ver.
3 comentários:
Grande Gil! Saudades do teu convívio!
grande abraço, mermão Luís!
ca-da cá-dá janela(s)
olhando, de cada a cada, janela:
http://www.gilmaulin71.blogspot.com.br/
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