postal

gravurei um poste com santos e pauladas para que me protegessem. rabisquei meu nome. assinei embaixo. logo em seguida acendi uma vela pra que a noite me valesse a pena. um cigarro a mais pra puder chegar mais perto de ti. pra que te evocasse numa dança. pra que me bailasse. pra novamente correr numa magia antiga e morta. dos antigos e velhos, e que me valesse uma vida a mais pra que pudesse no alto do tempo pedir mais do mesmo veneno. tenho ainda mais um riso pra dar. uma gargalhada fagueira dos antigos habitantes da rua. com a navalha nos dentes feito malandro arredio numa noite bêbada. mas que te venha. que te valha a pena correr esse risco a mais. pois se me corro dele não me valho como alguém que arrisca sucumbir daquela estranha felicidade.