terça-feira, 31 de março de 2009

Remembranças (*)


Não sei qual tempo escrivinhar por aqui. Um menino embaixo de sua cama de medo? Uma lembrança de brinquedo? As dúzias de motivos para querer crescer mais rápido do que realmente podia? Lugares? Pessoas? Vínculos sentimentais. Passagens de olho por paisagens de gentes e lugares. As viagens? Os adultos e seus prédios? Substância de saudade? Das raivas. Dos dias arrastados. Dos automóveis e suas engrenagens ao reboque com tudo isso. Ladeiras. Condomínios. Arquiteturas do sentimento. Praias. Matos. Canais de televisão. A sala de estar. Os corredores movediços. Os quadros e seus movimentos.O verso de tudo. O que mais podemos reinventar desses lugares pra que nos surjam novos e rebentos lugares? É a busca da saturação de tudo isso? Ou o verme da nostalgia, para a revivência da memória e do sentimento de perda? Qual desses sentidos nos cabem pra que encontremos algo que nos diga a respeito dos infinitos nós que criamos na condição de vivos?
(*) texto de construção de um novo projeto em conjunto com o amigo Luís Filipe

2 comentários:

Luís Filipe disse...

Botou na fogueira! Maravilha. Foi aquilo que um dia acho que te disse: passemos algumas tardes ou madrugadas diante dum gravador, tela de computador ou folha de papel. O resto acontecerá por si mesmo. Tenho certeza.

Gil Maulin disse...

é só combinarmos para fazermos fogueirinhas de papel...

vim agora, escutando chico buarque dos anos oitenta, veio um tanto de coisas e lembranças dessa época dos discos de vinil e das gentes lá de fora.