quarta-feira, 17 de março de 2010

cartas juvenis ou pueris

por que não escrever novas e diferentes cartas? destinatários, rumos, prosas diversas, novos prumos ou outro grupo de endereços? por que não alargar a distância pra que possamos percorrer fecundos desertos? por que não a distância já que ela também cativa similitudes e aproximações. já que ela inventa personagens nos fazendo ser mais do que nós mesmos já somos e aprontamos. aguardo a nova carta a ser escrita, rabiscada. a minha e a tua. entornando-a pela casa como incenso firme e alentador. toda carta me comove pela verdade que nela se guarda. ela que é tempo. data. segredo e às vezes sagrada. a carta retrata. é a fotografia da caligrafia. ela enreda maneiras cotidianas do como nos comportamos em sentidos e sentimentos. a carta afirma. firma esse alento pela notícia. firma o aperto de mão. aglutina saudade. destempera sentimento. arrebata arrefecimento. ela procria a possibilidade de outras respostas. do diálogo no espaço e no tempo. hoje, a carta, vem só a desmascarar um bando de tempo em que nós não temos mais pra escrever.

2 comentários:

Unknown disse...

Em tempos de sites de "relacionamentos", ando sentindo saudades dos envelopes, dos selos e do cuidado pra não rasgar a carta, que, às vezes, ficava grudada pelo excesso de cola! Nada mais tem nos restado, senão um "scrap" aqui, outro acolá, só pra dizer que ainda estamos por aí. Podíamos fazer um movimento, "do vamos escrever mais cartas"!

Infesta disse...

Acabei de escrever uma pra vc...rs.