quarta-feira, 17 de março de 2010

este homem

este homem que chega e que pelo meio da tarde se espreguiça. que se espalha pelos cantos da casa. que olha a maneira do sol se pôr numa tarde como a de hoje. este homem que se maloca em muitos lugares. muitos sem nome de ruas ou cidades. que se bebe. que se deixa beber. que se proclama pouco conhecedor do vinho e sua mesa. que menos ainda reconhece ser outro homem. de um tipo de homem em que as damas fazem filas para tragarem seu feromônio e seu cigarro. ele que se diz e se faz cigano. muitas vezes patético. em outras, e muitas outras, um astronauta. um sonâmbulo das ruas e xepas de cigarro. um ventríloquo. o boneco. este homem que se perfila entre os moinhos de dom quixote. que se ranceia das caras muito felizes de um álbum de família qualquer. que melhor se rabisca dentro de uma madrugada com uma vela acesa e o buril riscando madeira e gravura, o seu próprio retrato.

3 comentários:

Fábio Maia disse...

Não sei se o post foi pra mim. Mas bem que vc podia achar uma fotinha com um ângulo digamos mais valoroso

Gil Maulin disse...

nao pensei em vc especificamente, mas acho que vale pra nós, espécies de ogros que não se ajustam muito aos moldes...

Paula Medeiros disse...

Textos todos de sua autoria então? Muito legal. Brigada pela passadinha no blog. Como faz esse layout diferente? Curti!