sábado, 25 de junho de 2011
dez da noite de sábado
sou do silêncio. do movimento das águas. da chuva abrindo e cavando lagos. dos pés descalços. das mãos abertas. sou do silêncio e do rio. dos mantos sem mágoas. da fala mansa. do riso roto e guimbas de cigarro. de uma sala ampla com paredes brancas. sou de poucos móveis. de um movimento interno na mansidão do meu silêncio. sou de bares e sal. da via aberta pelas mãos. do calçamento de ruas antigas. cidades mais antigas. agigantadas pelo humor dos homens e suas arquiteturas de afeto. sou das mulheres suas pausas e raios quando descalças e nuas em pleno verão. silêncio, por favor. minha voz trêmula me arrasta para os confins dos mares cheios de fundura. assobio pássaro e crio um desenho que mais se parece um rastro de trilhas deixadas pelo costume antigo de se andar a pé. sigo paralelas e grito uma nação de sentimentos. sou todo meu silêncio numa noite de sábado.
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Um comentário:
Bonito o novo cenário, meu amigo!
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