sábado, 7 de abril de 2012

na rua e o deboche

a rua sete sendo (des) feita.

meu pai diria: menino, o orgasmo é para ser guardado.

meu amigo diria: vai

outro amigo falaria: vamos embora, pois não tem jeito de mudar

tia odila diria: menino!

não sei donde escrevo o que é agora. a vontade é de soltar a voz e mandar todos praquele lugar.


vi o amigo chorando numa sessão de cinema e amei-o mais ainda.

meu rabo é azul.

o rock morreu em 59 (seixas).

meu topete é trompete.

o jazz é um saco.

pior são os jazzistas.

caymmi era um baiano caduco pelo mar.

meu amigo diria: rock é um busto de mulher e o funk o cu delas. mas jazz... é alma feminina.

o isqueiro é lobo do homem.

curtir virou o enchave do bom mocismo entre amigos aleatórios do facebook.

mas não curtir virou a censura da boa geração.

quero um beijo na boca a cada hora que sento pra escrever.

morrer é o diabo de não poder mais beijar.

a saída é o caminho.

disse um primo ao ouvido: cagar é umas das minhas alegrias.

diria salomão: melhor a mulher que tem seios fartos do que um mamilo caduco.

janeiro serve para especular o resto do ano.

meu cristianismo morreu num bueiro.

vulcabras era um sapato com dignidade.

a morte cabe onde menos se espera.

a cidade esporra desejos habitáveis.

diogo é o descalabro da escrita.

qualquer propaganda inibe a criatividade humana.

santos são gentes que viraram estátuas mudas.

pedro é o nome do filho.

salcicha é o miudo que como com hotdog.

a academia é o vislumbre da indecência.

o condomínio foi pago.

vou à feira pra encontrar a freira comprando queijo e vinhos tais.

o assobio é a música esquecida.

o segredo é aquilo que todos sabem, menos você que sussurou no ouvido de qualquer um.

cristo morreu por todos nós, mas por quem morremos?

enter é um tecla que resume a vida.

meu avô e vó sempre iam à igreja guardar suas manhas e artimanhas.

beber água faz bem.

viver é uma grande invenção.


(La Paz, 1971).

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