Conversa com Gilfredo

- não te arrependas no que te tornaste. talvez este seja o teu maior valor!

- estranho você dizer isso, pois acho que sou muito do que sou a partir do que não tivemos!

- não tivemos? qual a tua falta, Gil? elas sempre existirão com ou sem a minha presença. não te iludas! o que te digo é que seja aquilo que te faz. essa é a tua fortaleza. sempre existirão os falsos profetas e amigos. deles estamos cheios, não? te respeite primeiramente te aceitando!

- sempre ouvi falarem mal de ti. foram poucos os que falaram bem…

- mas e você, o que sente e pensa sobre isso? isso é o que me importa!

- por muito tempo concordei com eles. não te acho santo. aliás, desconfio daqueles se pensam assim! mas todos falam de ti como se fosse o próprio mal! hahahahahahaha… e engraçado, mal sabem eles que isso sempre atraiu a minha curiosidade! melhor que tenha sido assim, pois foi assim que me reencontrei contigo!

- sabe, Gil, sempre corri de mim. aliás, acho que morri fazendo isso! não corras de ti. 

- pesado isso… às vezes é tão pesado!

- te entendo! mas entenda, é parte da vida. ame aqueles que fazem parte da tua vida… já te disseram que amei muito os meus amigos?!

- sim, ouvi muito sobre isso. e o que me aproxima muito de ti é essa semelhança. disseram também que as minhas mãos parecem com as tuas!

- as mãos… é pelas mãos que se começa uma pessoa. não há ideia, conceito, espírito ou o que quer que seja não se comece pelas mãos. veja qualquer pessoa… as mãos falam…

- as tuas eram pesadas…

- lá vem você com esse papo. pára. te olhe! isso que é importante!

- sim, não estou reclamando… é só observação. gosto do que me tornei… hoje respiro bem com isso, pois posso dizer que amo intensamente aqueles que me serviram de casa. mas sabe… gostaria de saber como era a tua risada e gargalhada.

- hahahahahahaha… eu também… eu também… rimos juntos então! a vida também é pra isso!